Gostaria de contar um pouco do que vi nas diferentes áreas em que trabalhei, nos 13 anos de vida laboral.
Passei por indústrias metalúrgicas, comércio, marketing, construção civil, consultorias, fui officeboy e também motoboy, artista de rua e hoje atuo como Técnico em Segurança do Trabalho em uma empresa do ramo de Transportes.
Da pra perceber que que fiz de tudo um pouco, não é verdade? Mas, não me queixo, conheci muita gente, muita gente mesmo, de todos os tipos, gente de bem, seres do mal, diferentes raças e credos. Isso, acrescentou ao meu currículo o dom de saber lidar com as pessoas, de por exemplo, falar sem querer alguma besteira e saber como se redimir, de olhar para uma pessoa e ver o lado bom dela e trabalhar isso, mais isso também trás um ponto negativo, que é enxergar longe demais as vezes, ver coisas que ninguém mais vê e muitas vezes ter que me calar, fingir que não estou vendo. Bom, mais vamos ao ponto principal do tema que é o relacionamento entre pessoas ou interpessoal, se preferirem.
Algumas cenas que vi no meu local de trabalho atual, entre alguns colaboradores me chamaram a atenção, pois são cenas que eu nunca havia visto dentro do local de trabalho, cenas que pareciam de pais e filhos se encontrando depois de um tempo sem se verem, com abraço, beijo no rosto como demonstração de carinho e respeito. Isso, sinceramente, eu nunca vi em nenhum outro lugar pelo qual eu passei, nem entre os melhores amigos, no máximo um aperto de mão e um tapinha nas costas.
Presenciei muita discussão, briga, xingamentos, pessoas que nem se cumprimentavam com bom dia ou boa tarde, que olhavam para os outros com cara feia, se alguém fizesse uma brincadeira de mal gosto, não sabiam conversar, já queriam logo partir para a ignorância. Conheci pessoas que se davam bem com todo mundo e outras que eram odiadas por todos no ambiente de trabalho.
Muitos podem discordar, mais a coisa mais saudável que existe dentro do ambiente de trabalho é a brincadeira com limites, brincar é sempre bom, desde de que não atrapalhe e não prejudique nada, nem ninguém. Tentei, por inúmeras vezes coibir as brincadeiras nos locais de trabalho e vi que não dava resultado, então mudei a estratégia, entrei na brincadeira também e dessa forma consegui impor limites, como a hora de brincar e a hora de se atentar ao que está fazendo, pois uma distração pode ser fatal.
Se eu estivesse atuando hoje na industria metalúrgica, eu me preocuparia com as brincadeiras de mão, que os colaboradores adoram e que normalmente não acabam bem. Incentivaria brincadeiras saudáveis dentro e fora do horário de trabalho, desde de que não atrapalhasse a produtividade e nem tirasse a atenção.
Em áreas de comércio e marketing a relação entre as pessoas é bem saudável, a maioria se conhece bem, se relaciona bem, as pessoas saem juntas, se divertem, mais, não é sempre assim.
Penso que a construção civil é o ramo mais difícil para se trabalhar, talvez pelo grau de instrução da maioria dos colaboradores dessa área, sem preconceito algum, longe de mim, sou apaixonado por esta área. As pessoas que ali trabalham são mais secas, não gostam muito de brincadeiras, muito menos que seja chamado a atenção delas. A forma de tratamento entre os colaboradores é sempre a mesma na maioria dos casos, fria!
Onde atuo hoje, acredito que seja uma exceção. Em 11 meses de trabalho, não presenciei nenhuma discussão sequer e muitas vezes as brincadeiras são pesadas, mais os colaboradores se entendem muito bem. Fora as brincadeiras que citei na maior parte do texto, Existe ajuda mútua e calor humano.
Peço aos leitores que incentive, não apenas a política de boa vizinhança, mais principalmente o carinho!